Noite de histórias na Nobel - Blog do Agito Geral
Fonte: Blog do Agito Geral - Massinha
"Augusto Pessoa é um simpático e competente Contador de Histórias. As
crianças que acompanharam os seus pais à Livraria Nobel na noite de
ontem vibraram com a presença do ilustre convidado que encantou a todos
que acataram o convite do Proler/UESB e também da Nobel. Quem foi gostou e
aplaudiu." 27 de setembro de 2018.
Noticia completa
27 de setembro de 2018
16 de setembro de 2018
Clube da Amizade: entre o passado e o presente
Paulo Fernando de Oliveira Pires *
Chegamos ao ano Cristão de 1958, mais
precisamente na data de 08 de março... O Prefeito de Vitória da
Conquista, cidade das Rosas, cravada no Sudoeste da Bahia, era o
senhor Edvaldo de Oliveira Flores, membro de uma das mais
tradicionais famílias da Cidade. O poeta e professor Euclides Dantas
já havia escrito o Hino da Cidade e na homenagem sonoro-literária
constava a expressão “Conquista, jóia do sertão baiano;
Esperança ridente do Brasil, A ti, meu orgulho soberano. O afeto do
meu peito juvenil”. Na cidade haviam Pastores Batistas,
Presbiterianos Pentencostais e outras denominações Protestantes. A
Diocese tinha à frente Dom Jackson Berenguer Prado. O juiz de
Direito era o Dr. Domingos Mármore Neto, casado com a destacada
professora Lizete Pimentel Mármore. Da união nasceram Carlos
Murilo, Luciano e Geraldo. Carlos Murilo Pimentel Mármore viria a
ser um dos mais profícuos prefeitos da Cidade, cuja administração
compreende o período de 1989 a 2002. A rede de ensino já se
pronunciava como uma das maiores do interior do Estado e a Escola
Normal pela sua Diretoria (Arthur Seixas Pereira e Dona Diomar de
Araújo Lima) entusiasmavam o Corpo Discente em Atividades
Esportivo-Culturais. O Grupo de Teatro da Normal era famoso pelas
peças que encenava, ora com autores clássicos nacionais, ora com
clássicos do Teatro Universal.
Em um contexto maior, o Brasil vivia também
tempos muito alvissareiros: estávamos na expectativa de nos
tornarmos campeões do Mundo no Plano do Futebol, como de fato
alcançamos a conquista em junho. Fomos campeões também no
Basquete. Maria Esther Bueno sagrou-se campeã em Wimbledon, Éder
Jofre ganhou o cinturão de ouro no Boxe. A Bossa Nova dava sinais de
se tornar uma de nossas expressões culturais de maior alcance
internacional, por intermédio de Tom Jobim, Vinícius de de Morais e
João Gilberto. No cenário Econômico Juscelino Kubitscheck
conclamava a todos os brasileiros para aderirem e se entusiasmarem
com o espírito desenvolvimentista da Nova Indústria Nacional. O
presidente brasileiro era um homem muito elegante e pensava
obsessivamente em nosso progresso ao ponto de não ligar nem para as
sátiras ou ironias que alguns lhe faziam, dentre esses o
menestrel-satirista Juca Chaves. Esse não teve o menor pudor de
escrever uma música a que deu o nome de Presidente Bossa Nova, cuja
letra falava das “mordomias” que o JK utilizava, sem estar nem aí
para as críticas de quem quer que fosse.
Na letra de Presidente Bossa Nova, Juca Chaves faz
referências até as duas filhas do Chefe da Nação e ao próprio:
“Depois desfrutar da maravilha de ser o presidente do Brasil, Voar
da Velhacap pra Brasília, ver a alvorada e voar de volta ao Rio....
Voar, voar, voar, voar ..... Voar, voar pra bem distante, até
Versalhes onde duas mineirinhas valsinhas dançam como debutante,
interessante!” Como se vê o País acolhia a todas aos seus
costumes com a maior tranqüilidade.
O ano de 1958 prenunciava uma Nova Aurora ou uma
Nova Primavera. O País parecia florido de ponta a ponta... As moças
estavam lindas, as jovens senhoras recém-casadas pareciam viver o
espírito da felicidade total e todos estavam motivados para a bela
tarefa de construir um novo País.
Em Vitória da Conquista o prefeito Edvaldo Flores
planejou e presenteou a cidade com o belo Jardim das Borboletas...
Ah, aquele Jardim que tantos sonhos acalentou e tantas utopias
sentimentais semeou... Como era belo e ao mesmo tempo enigmático...
No espaço Central havia uma Fonte Luminosa onde se destacava uma
bela estátua (réplica de outras tantas estátuas em praças de
diversas cidades daquele tempo) mas... nós, romanticamente,
queríamos que fosse uma Índia em homenagem aos Mongoiós que
estavam entre nossos primeiros habitantes. Ela, a estátua, também
nos remetia a correlações com Iemanjá ou Iansã. Quase todos
ficávamos perdidos em relação à estátua da mulher nua, e... como
Iconografia nunca foi nosso forte, deixávamos nossos questionamentos
pra lá. Nessa praça residia a jovem Heleusa Moraes Figueira (Profa.
Heleusa Câmara) na linda casa construída por seu pai Dr. Ubaldino
Gusmão Figueira, onde um carrinho de construção carregava flores:
gerânios, petúnias, amor perfeito, boca de leão, gérberas, muito
bem cuidadas por sua mãe Maria Stella de Moraes Figueira. Nesse ano
de 1958, Heleusa, aos 14 anos, foi a oradora da turma de concluintes
da 4ª série do Ginásio de Conquista, então dirigido pelo Padre
Luis Soares Palmeira.
Foi justamente nesse contexto, que um Grupo de
Jovens Senhoras se deu ao agradável exercício de preencher seus
tempos com atividades que fugissem do modelo rotineiro e duro, de
muita submissão aos costumes, a que se deu boa parte de Senhoras de
gerações anteriores. Lideradas pelas manifestações de uma nova
concepção de vida, propostas pela professora Lizete Pimentel
Mármore, surgiu daí a idéia da Fundação de um Clube de Amizade,
nos moldes do que existia na Capital, com todos os seus objetivos
institucionais, acrescidos de outras missões, tais como atuar em
Atividades de Cunho Social em respeito e auxílio a pessoas e
famílias em situação de baixa condição de sobrevivência. Nasceu
assim o Clube da Amizade em 05 de julho de 1958.
Essa Instituição, com aparição discreta sob o
ponto de vista publicitário e de publicização, tem atuado em
várias campanhas de natureza humanitária e juntamente com as Lojas
Maçônicas e outras Entidades Benemerentes de Vitória da Conquista,
vem alcançando referências meritórias quanto a sua Atuação.
Trata-se de uma Entidade que busca no seu atual contexto, discutir e
implementar ações que possam contribuir para que o Desenvolvimento
Humano em todos os seus aspectos relacionados à questões básicas,
seja contemplado com projetos e atividades que justifiquem sua
importância.
Neste Jubileu de Diamante, o Clube da Amizade, faz
jus a essa duradoura existência em razão justamente desses
aspectos... A Sociedade tem sabido compreender sua importância e
todos estão felicíssimos com sua Existência. Esses 60 anos parecem
pouco.. Mas não é... Considerando que nesse interregno várias
empresas e instituições criadas no mesmo ano, infelizmente deixaram
de existir, temos a destacar que 60 anos é um tempo considerável. E
o é também considerando que alguns senhores, casados com aquelas
senhoras que fundaram o Clube da Amizade, previam que a existência
da Instituição chegaria no máximo a 5 anos. Mas eis que aí está
o Clube da Amizade, trabalhando em benefício da Comunidade e
marcando, com discrição, sua presença, como fez em 2004 ao doar
seu acervo de literatura, para o Comitê Proler/UESB Conquista, que o
instalou no setor de Pro-Memória do Centro de Cultura Camilo de
Jesus Lima. Surgia assim, a Sala de Leitura Íris Silveira, que
abriga a Biblioteca Clube da Amizade, o Museu Literário Profa.
Amélia Barreto de Souza, e outros programas de incentivo a leitura e
a escrita.
A cessão desse Acervo de Literatura, sob guarda
do Comitê Proler/UESB Conquista demonstra
que o Clube da Amizade não quer seus recursos (materiais e
imateriais) para uso apenas de suas Integrantes. O Clube da Amizade
é uma Instituição que vê a Sociedade, a Comunidade como uma
Extensão de suas Obrigações e um Território Sagrado para sua
Atuação. Louvemos, pois, a atitude tomada por Lindinalva Soares
Andrade, D. Sarah Matos, Vilma Celeste Menezes Moreira e demais
companheiras do Clube da Amizade na formação do acervo de
literatura da Sala de Leitura Íris Silveira. A lembrança da
professora Lizete Pimentel Mármore e de todas as integrantes do
Clube da Amizade perdura e de forma Institucional as pessoas
posteriores a elas, se espelharam em ações de sociabilidade e
solidariedade. Vale a pena relembrar que naqueles idos de 1989 para
2002, durante a administração do Prefeito Carlos Murilo Pimentel
Mármore, as senhoras Lindinalva Soares Andrade e Maria Ribeiro,
assim como dona Edi Capitolino e a senhora Amélia Luna, se doaram
com o máximo de empenho ao lado da professora Lizete para que o
Clube da Amizade pudesse organizar seus Arquivos e sua Contabilidade,
a fim de que suas Associadas e toda a Sociedade pudessem ter a
dimensão do Patrimônio da Entidade no que concerne aos Bens
materiais e Imateriais da Instituição.
Quanto à participação do Proler/UESB Conquista
cumpre-nos o dever de reconhecer a importância do Clube da Amizade,
e para tanto, assumir um compromisso para que suas atividades e toda
a sua memória social continue sendo um porto seguro para onde possam
convergir todas as fragatas e caravelas, ancorando com segurança,
permitindo assim garantias psico-operacionais, que também possam
albergar de forma elevada do mais simples marujo ao mais experiente
dos navegantes.
É com esse espírito de colaboração que o Museu
Regional de Vitória da Conquista, o Museu Literário Profa. Amélia
Barreto de Souza e o Comite Proler/UESB Conquista reconhece a
grandeza e a importância do Clube da Amizade, ratificando que a
Instituição não é apenas uma Entidade que pelo passado exige
recordação, mas sim uma Entidade que está à disposição da
Sociedade no presente, para que todas as suas histórias e trabalhos
possam servir de exemplo para toda a Comunidade.
*
Prof.
Ms. Paulo Fernando Oliveira Pires - Coordenador de Divulgação e
Difusão do Comitê Proler/UESB de Vitória da Conquista, Bahia. Professor Adjunto da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Ações educativas do Proler/UESB Conquista: Roda de Conversa sobre a Literatura como Cultura
A Equipe do Proler/UESB Conquista realizou no dia 23/08/2018 uma Roda de Conversa sobre a Literatura como Cultura, mediada pelo Prof. Antônio Andrade Leal (UESB/Proler) para um Grupo de alunos do Ensino Médio do Colégio Dom Conquista (Particular), com o objetivo de divulgar a Cultura Popular Nordestina para a sua valorização e preservação.
Professor Antônio Andrade Leal, mediador da Roda de Conversa sobre a Literatura como Cultura realizada na Sala do Proler/UESB Conquista em 23/08/2018.
Alunos e professores do Colégio Dom Conquista participando da Roda de Conversa na Sala do Proler/UESB Conquista.
Pequena Exposição sobre a Cultura Popular e a Literatura de Cordel em 23/08/2018.
No encerramento da Roda de Conversa, a Profa. Ebeilde Goulart (Colaboradora Voluntária do Proler) distribuiu uns marcadores de Livros contendo um pensamento do Prof. Antônio Andrade. Foi um momento de muitas aprendizagens tanto para o pessoal do Colégio Dom Conquista, quanto para a Equipe do Proler/UESB Conquista.
Assinar:
Postagens (Atom)