1 de março de 2012

Presença da midia nos programas do Proler/UESB Vitória da Conquista


O neo escritor Aílton Dias é entrevistado pela TV Record em Conquista



O apoio da mídia é muito importante para os neo-escritores e no dia 27 de fevereiro de 2012 a equipe da TV Record visitou a sede do Comitê Proler/UESB de V. da Conquista, Sala de Leitura Íris Silveira no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima. O neo-escritor Ailton Dias foi entrevistado para uma matéria televisiva.




Equipe da Rede Record: Eveline A. Mota Silva, Sebastião Ribeiro e Roseval S. Santana.

Heleusa Câmara sendo entrevistada sobre o
Programa Letras de Vida: Escritas de Si.

Heleusa Câmara e Aílton Dias



O LAVRADOR CONSTRUTOR

Aílton Dias


Trabalhar não me cansa
Comecei como lavrador
Enchi minhas mãos de calos.

Bem cedo acordava
no cantar do galo,
pra ir trabalhar

Na marmita, arroz,
carne e feijão,
eu, ia muito contente.

Trabalhar era tudo
que eu queria
em mim não havia rancor
só paz em meu coração

Trabalhando no roçado
debaixo de sol ardente
o suor pingando.

Em pleno meio dia
todos param,
abro a marmita.

Com medo, eu cheiro:
Será que não azedou?
Não, graças a Deus!

A hora é sagrada
Debaixo da árvore sombreada
sento para comer a bóia fria.

Eu, um jovem sonhador
não tinha medo da lida dura
pois trabalhar
era tudo que eu queria

Saí do meu berço querido
pra terras estranhas
Vaidade, deixei para trás
amigos lá ficaram

Com o coração
carregado de saudade
Era preciso buscar
a minha felicidade

Ainda jovem parti
da minha pequena cidade
a procura da sorte
Percorri outras cidades

Chegando em Vitória da Conquista
Comecei a trabalhar
De servente de pedreiro

Minha vontade de vencer era grande
Pois eu lutava bastante
Para consegui vencer

Ainda jovem construí a minha família
que é a base fundamental
de tudo em minha vida

Passei a servente de pedreiro
ainda na lida dura
firme e forte para vencer

Com as mãos cheias de calos
Continuei acordando
no cantar do galo

De lavrador para a construção civil
Confiante em Deus
Assentei o primeiro tijolo

Acreditei em mim
Em frente eu segui
Construí a primeira casa
Fiquei muito feliz

Construí a segunda casa
Não mais parei,
hoje sou poeta,
compositor e pedreiro

Graças a Deus por tudo
Como digo nos meus poemas
A minha simplicidade
É a razão do meu viver

De lavrador pra construção civil
O que nunca imaginei
Obrigado meu Senhor.








Um pouco mais sobre Aílton Dias



Aílton Dias
Capa do primeiro livro de
 poesias de Aílton Dias.























Aílton Rodrigues Dias nasceu em Córrego do Nado, município de Itarantim, Bahia em 12 de março de 1965. Começou a trabalhar aos sete anos de idade num açougue com o pai. Aos doze anos começou a fazer versos. Trabalhou como oleiro, roceiro na colheita de café, de cacau, servente de pedreiro. Aos dezessete mudou para Vitória da Conquista onde aprendeu a profissão de pedreiro. Em 1986, casou-se com Vera Lúcia Oliveira Morais. Em 1997, publicou o seu primeiro livro, Versos de Amor. Um dos poemas desse livro foi musicado e gravado “Festa de Vaquejada”, pelo forrozeiro Aliomar Bahia e Banda Asa Branca. É compositor de hinos evangélicos. Atualmente Ailton Dias é “o poeta das ruas,” “o poeta do amor” como gosta de se apresentar.“A poética de Aílton centra-se em seu prazer e encantamento pelos sentimentos humanos. As canções o têm impulsionado a escrever poemas que se ajustem à alegria das festas e no cancioneiro popular as letras podem dançar livremente ao compasso da melodia. Persistente no seu ofício poético Aílton trabalha bravamente, e no crescendo dos tijolos superpostos constrói a moradia como partitura dos seus sonhos. O servente observador, hoje o pedreiro profissional, ouve com orgulho nas ondas radiofônicas suas palavras, suas escolhas prazerosas, musicadas por Bahia e vai colocando devagar na massa da construção, a autoria diária da poesia de sua vida. A série Letras de Vida: escritas de si prontifica-se a incentivar, orientar e organizar trabalhos criativos de autores trabalhadores em diversos ofícios. Letras da Vida propõe trazer à tona o som das letras encapeladas nos fluxos do coração. Emoções, prazeres, medos, dores, costumes, (in)verdades das normas, o lugar comum e o inusitado, enfim lembranças várias de cada um. Em atalhos, Letras da Vida brinca, mistura pronomes, despe canções, reconta o bem e o mal das histórias de querer. Repete as contas da ladainha
do amor eterno, no dia a dia, do dito e do não dito, das construções mal assombradas, da casa ao lado, de chão batido ou ladrilhada. Letras da Vida pinta paredes no quarto escuro e com o pranto copioso salga a terra ao puxar da enxada. À noite, sob o céu das estrelas, a rua cheia de passos abre portas para braços que, mexendo a massa da areia bruta, juntam sementes ao compasso do vagido de livros escritos por mãos calosas. Histórias de ofícios, de arte, de profissão, de festas nos campos, de santos milagrosos, de dança agarradinha, de corações apaixonados e do amor de traição. A língua amada ou arranhada no texto criativo. Idéias, idéias, idéias, amarradas, engastadas, reveladas, tomando formas livres, leves e vivas. E assim, aprendo eu, aprende você, todos nós aprendemos a ver por dentro, a ler o outro, a escrever a vida.” (Fragmento da apresentação escrita por Heleusa Câmara,.para o livro Versos de Amor de Ailton Dias. Vitória da Conquista, 23 de fevereiro de 1999)



Nenhum comentário:

Postar um comentário